O Que é Taiko?
Taiko significa literalmente “tambor” em japonês. Esse termo passou a ser utilizado para referir-se ao tradicional tambor do Japão e a sua prática. O taiko faz parte da cultura japonesa e ao longo de toda sua história foi utilizado de diversas formas. Dentre elas, podemos destacar o uso como meio de comunicação, na religião, em festivais, na guerra e no teatro.
A forma como o taiko é tocado atualmente, com vários tocadores e vários tipos de tambores é recente: após 1950 o professor Daihachi Oguchi teve a ideia de interpretar uma peça teatral com tambores de diversos timbres. Neste momento o Taikô passou a ser tocado como uma orquestra, tornando-se o instrumento principal das apresentações. Nasceu assim uma nova arte de praticar os tambores japoneses chamada wadaiko.
Saiba mais neste vídeo feito em parceria com a Japan House São Paulo:
História do taiko
Os historiadores indicam que o taiko é um instrumento de percussão tradicional do Japão com mais de 2500 anos de história.
No passado os comandantes da era bélica japonesa criaram o Jindaiko (tambor de guerra) no intuito de dar comandos de direcionamento para o exército, bem como elevar a moral de seus soldados através de toques potentes e estimulantes. Concomitantemente este instrumento foi utilizado nas cerimônias e festividades religiosas.
Acreditava-se que, após a abstinência e purificação, ao tocar o taiko com a alma, os deuses surgiam para atender os desejos do evocador. Em suma, era um precioso instrumento que possibilitava a comunicação entre os deuses e os seres humanos. Ademais, algumas linhagens religiosas consideravam o taiko como a morada dos deuses e das almas dos antepassados, razão pela qual o instrumento ficava em evidencia não só pela sua preciosidade, mas também pela condição de objeto sagrado.
Com o passar do tempo o instrumento deixou de ser exclusivo do clero e da aristocracia e passou a ser difundido, paulatinamente, no seio da sociedade nipônica.
É importante ressaltar que a apresentação de taiko era feita com poucas pessoas. Somente após a 2ª Guerra Mundial o sistema múltiplo (kumidaiko) foi criado. A partir deste marco começaram a se desenvolver no Japão as apresentações que vemos atualmente, ou seja, muitas pessoas e instrumentos variados.
A prática desta arte traz inúmeros benefícios como a melhoria do condicionamento físico, aumento da coordenação motora e desenvolvimento de valores como disciplina, respeito, trabalho em grupo e esforço. Ademais, possibilita o desenvolvimento da parte intelectual na medida em que o praticante entra em contato com a teoria musical, a cultura japonesa e seu idioma.
O taiko é uma expressão cultural que vem ganhando adeptos no mundo inteiro e pode ser praticado por pessoas de todas as idades. Atualmente o taiko está presente em mais de 47 países e o número de adeptos vem crescendo a cada ano.
Lenda - Amaterasu
Susanoo-no-mikoto, deus do mar e das tempestades, estava negligente com seus deveres no mar e decidiu causar tormenta na terra, que era responsavelmente cuidada pela irmã, Amaterasu Ookami. Destruiu árvores, templos e os campos de arroz da deusa do Sol até a provocação final, em que ele esfolou um cavalo e jogou-o em uma tecelagem de Amaterasu enquanto ela tecia, após furar o teto da sala em que ela estava. Decepcionada pela violência do irmão recolheu-se dentro da caverna de rocha, Ama-no-Iwato, causando a escuridão no mundo.
Após uma conferência, os deuses decidiram retirar Amaterasu da caverna. Eles coletaram galos para cantarem, acenderam uma fogueira e penduraram joias e um gigantesco espelho, Yata no Kagami, em um pé de Skaki. Com isso eles iniciaram uma festa para atrair a deusa para fora da caverna. Em meio à agitação, Ama-no-Uzume-no-mikoto, a deusa do riso e da farra, sobe sobre um barril e começa a dançar. Os deuses presentes riem tão ruidosamente, que desperta a atenção de Amaterasu.
Curiosa, a deusa do Sol se aproxima à porta para espiar a fonte dos sons e se depara com o seu reflexo luminoso no espelho e nas joias penduradas na árvore. Enquanto ela estava distraída, Tajikara-no-mikoto, o deus da força, estava pronto para retirá-la da caverna. Imediatamente após a saída da deusa, foi-se colocado um shimenawa, um cordão de fibra de arroz, para prevenir o retorno de Amaterasu à Ama-no-Iwato.
Assim, o sol voltou a brilhar sobre a Terra e Amaterasu Ookami para sempre permaneceu no mundo visível.